sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

“Você adora, a Som Livre Toca”



Creio que essa expressão (infelizmente muito mais que expressão e, sim uma proposta real do comércio), resume muito bem no que se tornou a expressão religiosa cristã, denominada evangélica ou “crente” atualmente em nosso país. Ah, antes disso preciso reafirmar que de Evangelho a prática “evangélica” atual é praticamente nula. O que há são montagens ruins, de péssimo gosto, que são contravenções sérias e aberrantes falsificações (acho que nem falsificação poderia afirmar, pois, falsificação imita o real e, no caso, nem isso é). Junte-se a esse termo outro muito visto ultimamente “Show da fé”. Vejam só o que fizeram com aquilo que chamam de Evangelho – um mercado enorme de entretenimento. Aliás, algo que mais cresce no mundo é o mercado do entretenimento. As pessoas andam tristes, sufocadas e vazias. Aí um bom negócio é entreter tais pessoas tão carentes, pobres e depressivas. Que campo fértil o mercado gospel encontrou, heim! Enquanto redes de televisão e gravadoras ganham rios de dinheiro, elas santificam o negócio chamando uma multidão de sedentos e alienados a adorar. Respeito meus irmãos na fé, afinal, sou também uma ovelha. Mas, o que tem de ovelha tapada por ai! De gente que na verdade, nada querem do genuíno, simples e precioso Evangelho. Tenho asno quando vejo vários e vários profissionais babando de desejo sórdido por enriquecer usando o nome do Mestre Jesus, do Evangelho e da fé do povo. Não agüento isso. Dá dó por um lado do povo alienado e indignação com os lobos gospels do outro. Quero terminar essa minha irrupção com parte de um texto que está no site "opticareformata" que diz: O que certos “adoradores” não percebem, entretanto, é que tudo é pura jogada de marketing. O próprio slogan da referida propaganda é ambíguo. “Você adora”… Mas “adora” em que sentido: religioso ou comercial? A propaganda está dizendo algo do tipo “enquanto você levanta as mãos para o céu, a gente toca uma melodia celestial” ou “enquanto você se concentra em consumir, a gente se concentra em saciar a sua sede”? Penso que, pelo fato de se tratar de apenas mais um jargão publicitário da Globo, e tendo em vista o perfil de “adoradores” que a pós-modernidade tem produzido, a segunda cláusula é mais plausível. Até mesmo porque os consumidores de música gospel não são necessariamente cristãos. É perfeitamente possível ver alguém se embriagando de cachaça numa roda de pagode (ou de qualquer outro tipo) e ainda assim desejar subir “como Zaqueu”; ou alguém que se divorciou pela segunda ou terceira vez e ainda se considera “firme nas promessas”, esperando o dia em que poderá, enfim, declarar para todos os que o cercam: “hoje o meu milagre vai chegar”.
Acho que mais que a Globo e, também diria a Record (que é muito mais cúmplice por causa da mercadologia 24 horas do evangelho - ligada ao dono e líder de uma denominação evangélica), o que paira sobre nós é o espírito que atua no mundo chamado evangélico que nada mais é do que manifestações do capitalismo e da ganância humana. Sodoma e Gomorra são fichinhas perto de tudo que se vê nos dias atuais.

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