sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Pedi perdão...


Pedi perdão. Não que fosse algo raro, nem mesmo que não tivesse tantos motivos para tal. Olhei aos céus, mesmo que não direcionasse a visão para cima, e supliquei o perdão. O medo e a incerteza resultando numa insegurança tremenda me provocavam dor que parecia ser a primeira coisa a pedir era misericórdia. Todo o resto digno de eu me confessar como fraco ou errante parecia pequeno diante da situação. Pedi essa clemência, esse perdão pela minha falta de fé. Como posso ter fé doendo? Como posso achar que o tempo vai mostrar o melhor e tudo se ajeitará se o tempo que me custa é agora? Ainda que as coisas se encaixem lentamente e de forma compassada venha a mostrar que o amor prevalece, estou perdendo muitos passos e compassos, lutando a cada novo encontro em uma empreitada de uma nova conquista. E embora hoje se vê melhorias em relação a antes, muito antes para ser clara tal comparação, vê-se também novas investidas do mal, seja lá o que é ou são. Vem o choro, a angustia, o desespero de se sentir perdido e incapaz, mesmo tendo o maior amor do mundo. Agir como? Amando, dirão. Mas isso faço e, honestamente, esperando ser o mais errado ser do mundo em relação a um assunto, não vejo o amor vencer. Vejo o amor suportar e ser massacrado, humilhado e pisoteado como um verme à mercê da vaidade e do rancor, da falta mesmo de amor. E por vezes me questiono se não seria mais bem sucedido o ausente de amor ou o que tem o amor que é conveniente. O covarde e perseguidor. Nisto, vendo a folga do poder do outro lado, querendo ter algo parecido ao menos para que eu descanse um pouco, desejo ser ou ter esse não amor ou amor a maneira interesseira. E não consigo por que... porque não consigo. Não que eu seja bom demais, melhor, puro ou certo. Sei que sou pouco bom e muito errado em diversos aspectos. Só que eu amo como o amor bem quer, manda e desmanda em mim e não consigo me fortalecer para escapar e ser mais dono. Pedi perdão por que me falta fé que o amor vença. Pois vivo meus “hojes” testemunhando o amor sangrar, doer e perder. Se me disserem que vai melhorar e que no fim o amor sempre vence, eu digo que vivo hoje e sempre estou perdendo com o amor hoje. Precisarei chegar ao fim para o amor ter significado e vitória? Depois do fim, o que será senão o nada? Quero tudo agora e usar esse amor que se aloja em mim neste minuto e no seguinte e no outro, todos os dias o ver vencer. Tenho que pedi perdão, visto que me falta crer que tudo está certo e que o amor está soberano. Minha visão é muito curta para ver tanto ou meu tempo é apressado para a longanimidade que é necessária para ver a frutificação da ingenuidade de perfeitamente, sem planos ou méritos, oferecer amor e acreditar que é o suficiente. Estou amando e estou perdendo. Que graça há nisso? E porque sinto que preciso pedi perdão aos céus com minha visão encurtada por tão próximas notas do fracasso do bem? Perdão ainda assim...

De um amado irmão, companheiro de fé e de vida

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