sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A DOR DE UM POVO, A DOR DO MUNDO


Vendo as imagens da destruição no Haiti e a dor das pessoas que ali vivem CHOREI. Olhando para o semblante de milhares de pessoas sei que a dor daquelas pessoas são também dor do mundo. Não pude me esquivar do cenário terrível que estamos diante dele. Angustia, desespero, fome, morte e perplexidade. Anos sem fim não conseguirão fazer o povo haitiano esquecer do trágico dia de 13/01/2010. Ainda que sofrendo numa parcela mínima, me vi na pele de homens, mulheres, jovens e crianças. Eles são meus irmãos e minha família. Sou de pele clara e daí? O que nos torna iguais é o que está por trás da pele. Somos constituição da mesma matéria e criados pelo mesmo Criador. Há, onde estava o Criador de todas as coisas no momento do implacável terremoto? No mesmo lugar de sempre. Tanto estava lá no momento do terremoto quanto está lá agora - através de milhares de situações de socorro, ajuda e solidariedade. Não posso aqui deixar de falar e agradecer a Zilda Arns. Seu exemplo e vida em função de fazer o outro viver é expressão divina. Numa frase,de uma das pessoas que conviveram com ela, disse: Onde estivesse um pobre, Dona Zilda estava lá. Também, outras centenas de anónimos encerraram a peregrinação pelo mundo do homens dando um sentido mais nobre à existência humana - Ajudar pessoas na construção de uma vida melhor. Quero viver assim também. Uma psicóloga que já viveu no Haiti e que embarcou para lá novamente para ajudar o povo sofrido daquele país disse:“O medo existe, claro, o medo, a ansiedade, a expectativa, mas eu tive um pouco mais de chance de estar de alguma forma estar ajudando a eles nesse momento, de alguma forma ajudando na construção daquela história”, comenta a psicóloga Débora Noal. E numa entrevista que me fez refletir muito sobre o sentido da nossa vida e que também me fez chorar e ao mesmo tempo ficar envergonhado, a pedagoga Catharine Perez expressou: “Eu tenho alunos meus lá que eu não sei que eu posso ter dado o último adeus, que eu tinha como se fossem meus filhos, mas existem os que estão vivos e eles merecem todo o nosso amor, eles merecem o que a gente tem de melhor. Os que sobreviveram merecem essa reconstrução. Não vamos pensar só na destruição. Vamos pensar em toda a beleza que ainda pode ser construída”. Deus, sara essa nação e tenha misericórdia de nós que muitas vezes apenas olhamos para o nosso umbigo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário