sexta-feira, 29 de março de 2013

Hoje é sexta feira mas o domingo vem ai

Hoje é sexta feira, mas o domingo vem ai. Esse é o título de um livro que li alguns anos atrás. A intenção do autor era transitar entre o dia da crucificação de Jesus - sexta feira – e o dia da ressurreição – domingo. A ideia básica era falar dos fatores que envolveram a sexta feira e o domingo. Na sexta feira o que prevalecia era o cenário da morte, do sofrimento, da dor, da angústia, do completo abandono sofrido por Jesus tanto em relação aos discípulos quanto em relação ao pai, quando o próprio Jesus exclama: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Já o domingo trazia o cenário da ressurreição: renovação da vida, alegria, esperança, recomeço, vitória sobre a morte, reconciliação, celebração e exaltação. Pensando no período que milhões e milhões de pessoas chamam de semana santa e, propriamente dito a sexta feira da paixão quero deixar essa mensagem para você: Hoje pode ser sexta feira, mas o domingo vem ai. Hoje pode ser o dia (estou pensando aqui num determinado tempo ou período específico em nossa vida) que você está passando por um cenário nebuloso, sombrio e de imensa insegurança. Esteja vivenciando uma crise pessoal, de caminhar pelos vales da vida, com um sentimento imenso de abandono, de dores profundas, angústia existencial e sofrimento visceral por várias situações adversas. Mas, lembre: o domingo vem ai. Ele chegará. Nenhum dia é eterno e definitivo. Ele se finda. Assim como tem o dia da sexta é igualmente certo que o domingo chegará. O domingo é um novo tempo na vida humana. O domingo é o tempo de renovação das forças, da restauração do brilho existencial, do reencontro com a vida em sua plenitude, do triunfo da morte sobre a vida, da celebração da vida e do recomeço. Enfim, hoje é sexta feira, mas, aguarde, espere e lembre: Hoje é sexta feira, mas O DOMINGO VEM AI. Tenha essa esperança. Abraço

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Se alguém entre vós cuida ser religioso

"Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã. A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo". Tiago 1:26-27 Creio ser importante levar muito a sério o que está sendo dito nessa porção das Escrituras. Primeiramente pelo tom inicial que supõe que ser religioso não é vantagem alguma. Até porque religião em si nada tem haver com ser um discípulo de Cristo e muito menos alguém que expresse o caráter e vontade do Criador. Mas, se alguém for um adepto do termo "sou religioso", ele deveria considerar como ele vive, quais suas ações, como ele lida com o carente, o que procede de seus lábios e qual a relação de verdade e correção que ele tem com o mundo e suas mais variadas tentações e fascinações. Finalmente, penso que devemos levar a sério o que está sendo dito, pois o que está afirmado é que religiosidade, expressões de fé, práticas litúrgicas e rituais locais sem coerência com a simplicidade do Evangelho de Jesus, sem mudança real, sem expressão de vida em relação ao próximo e postura de integridade nas mais diversas relações com o mundo é puro engano e ação vã. Deus me ajude a levar a sério o que Tiago diz e a você também. Vejo ao redor de mim religiosidade demais e pouca encarnação do Evangelho. Abraço
Deus nunca afirmou que nós iriamos viver sem dores e aflições. Pelo contrário, ele afirmou que dores e aflições fazem parte da vida. O que ele disse, na pessoa de seu filho - Jesus - é que estaria conosco todos os dias até o fim da história. Tem momentos que meus sentimentos colocam essa afirmativa de Jesus em dúvida, ai preciso trazer minha mente a razão à sobriedade e lembrar que o que ele fala fala sério. Isso me traz mais sossego e animo.

Não acredito em templos

Uma vez perguntaram a Jesus onde era o lugar correto para se adorar a Deus. Quem fez essa pergunta foi uma mulher, samaritana, que não pertencia à "religião oficial" da época. Os judeus consideravam os samaritanos idólatras e impuros. Ela tão pouco teria, aos olhos dos moralistas, uma vida "santa" e "irrepreensível" para se aproximar e fazer tal questionamento ao Senhor, pois se tratava de uma mulher que já havia passado por cinco casamentos e o atual marido, bem... não era de fato marido dela. Um escândalo até mesmo para os discípulos de Jesus que achavam inapropriada aquela conversa. A resposta de Jesus foi simples: sugerindo não se tratar do lugar físico/geográfico. A adoração a Deus deve ser pessoal, interior, espiritual e sincera. A primeira coisa que salta aos olhos de quem lê o relato completo do Novo Testamento é que Jesus quebra muitos paradigmas, a começar por tirar da religião e do templo a exclusividade da mediação e do relacionamento com Deus. Nossa oração e adoração não dependem de um altar construído para serem ouvidas. O altar, o templo, o lugar de culto é o próprio coração. A segunda coisa é que, diferentemente da tendência da religião de dizer quem é puro ou não, quem é mais especial, Deus não nos avalia por questões meramente morais ou sociais. Foi Jesus mesmo quem disse que prostitutas e corruptos poderiam ser mais dignos de entrar no Reino de Deus do que alguns que se consideram exclusivamente santos, mas vivem de forma hipócrita (Mateus 21.31). O encontro com Deus é transformador, sim. E radical. Mas nem por isso acontece somente nos ambientes ou dias santificados pela igreja ou pelas religiões dos homens. Particularmente não acredito em templos ou em religiões como lugares e entidades sagrados em si mesmos. Acredito no Deus que não cabe dentro das religiões, não é totalmente explicado pela razão humana, ri dos tratados teológicos, não se detém nos limites impostos pelas tradições vazias. Ele conversa com ateus, pagãos e também faz amizade com quem é considerado "afastado de Deus". Deus é maior do que a própria Bíblia ou qualquer outro livro sagrado. Livros são confissões humanas, limitados, mas a Palavra de Deus é eterna e pode ser escrita até mesmo nos corações de quem não sabe ler, de quem não tem acesso ao papel. O Deus apresentado por (e em) Jesus é o Deus que ama até as últimas consequências, que entende a aflição humana, se comunica multiformemente, que se compadece ao invés de condenar. É o Deus que tem mais prazer na reconciliação do que na condenação e não leva em conta o tempo da ignorância. "Misericórdia quero" é o que Deus grita enquanto a religião vocifera "morte aos impuros". Vejo uma multidão esquecida, adoecendo nos arredores da igreja. É gente que não encontrou abrigo, não foi acolhida, foi expulsa e considerada "fora dos padrões". Muitas vezes projetamos no outro o santo que não conseguimos ser e dizemos "enquanto você não se tornar como um de nós, não será aceito em nosso meio". Muitos, a partir desse ponto, decidem viver uma vida apenas de aparências, sem transformação real, simplesmente para serem "aceitos". Nos esquecemos que quem santifica e transforma é Deus e não nossas imposições, arrogâncias e externalidades. É a caminhada, o dia a dia, que vai nos tratando, curando, limpando as feridas, trabalhando e completando a obra de Deus em nós. Não é no tempo que queremos, mas na compreensão e confiança de que quem opera tanto o querer como o realizar é Deus. Neste sentido, até mesmo numa conversa de mesa de bar, Deus pode operar com graça, curar e inflamar corações cansados e sobrecarregados. Por que não? Os religiosos de hoje torcerão o nariz da mesma forma como fizeram os fariseus do tempo de Jesus, quando o acusaram de andar com pecadores. Mas Deus trabalha sem se importar com o que falam. Enquanto uns ordenam, outros decretam e outros ainda profetizam suas impressões puramente carnais e humanas, o Senhor vai dando vista aos cegos e ouvidos aos surdos que estão fora dos domínios dos templos. Nenhuma religião é dona de Deus. Nenhum sacerdote é detentor exclusivo da voz de Deus. Nada que não se pareça com o amor ou com o espírito de Jesus pode ser chamado de Evangelho ou Bíblico, ainda que dito e ordenado pelas grandes instituições religiosas. Pense nisso! O Deus que ama e fala com pecadores te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente! de Pablo Massolar - www.ovelhamagra.com

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Nossa santificação

Dentre vários ensinos equivocados que ouço diariamente, hoje ouvi um desses pregadores que aparecem na televisão – quase sempre triunfalistas, moralistas, donos da verdade e esbanjando ostentação. O tema era sobre a nossa santificação. No discurso, dizia que no decorrer da vida cristã, ele mortificou os feitos da carne. Isso era a forma de santificar-se. Entre algumas vitórias sobre a carne e, portanto, sucesso em sua santificação, mudou o linguajar e assumiu uma abstenção absoluta às coisas do “mundo”. Ele afirmou que quando era perdido e do “mundo” usava palavras como “bicho”, “cara”, etc. Mas, como nova criatura não poderia usar tais expressões feias e "mundanas". Outro passo rumo à santificação foi parar de ouvir samba, rock, MPB e outras músicas “mundanas”. O tom era de alguém que em obediência a Deus e movido pelo espírito chegara a uma dimensão de santificação satisfatória, apesar de afirmar que era igual a todos os seus ouvintes. Agora me pergunto: santificação é isso? Parando de usar expressões como “cara” ou não mais ouvindo um bom samba, uma MPB ou um pagode animado nos tornamos santos? Claro que não. Ninguém se torna santo cantando apenas músicas consideradas sagradas e falando apenas palavras eruditas. Não é nisso que está nossa santificação. Linguagem torpe é uma coisa, porém linguagem popular é outra. Música não é nem santa nem profana. Música é música. O que torna uma música (digo letra) boa ou ruim, saudável ou prejudicial é o teor dela e, ainda, em minha concepção, a motivação. Temos muitas músicas consideradas “para Deus” que são horríveis, com ênfases totalmente humanistas e de péssimo gosto (isso sem falar que, hoje em dia, a música gospel ou evangélica se tornou fonte de muito dinheiro). Pergunto-me ainda: Será que a ostentação não é mundana? As roupas chiquíssimas, os carros maravilhosos, os templos suntuosos, a manipulação e todo emaranhado que gira em torno do ambiente dito “santo” não é mundano? Ou melhor, pecado? Nisso ninguém toca. Nisso ninguém fala. Nisso, todos são uns santarrões. Ser santo não tem nada haver normas, regras e costumes. Entendo que santidade tem haver com refletir na vida o jeito de ser do Mestre Jesus. Se alguém quer ser santo, apenas busque imitar a vida do Mestre. Isso é santificação. Tomar vinho, o Mestre também tomou. Usar linguajar popular, o Mestre também usou. Cantar músicas populares, certamente o Mestre tenha cantado. Usar roupas “do mundo” o mestre também usou. A questão não é essa. A questão é se nós, como cristãos, expressamos na vida, o jeito de ser de Jesus: dócil, verdadeiro, sensato, amoroso, sábio, humilde, manso, simples e acima de tudo uma vida em consonância com a vontade do Pai. Penso que nesse patamar é que podemos afirmar santificação e não num pacote de moralismo, legalismo e isolacionismo. Precisamos entender que mundanismo e mundo são coisas totalmente diferentes. Amar as coisas do mundo é amar os valores depravados e distorcidos que conduzem as sociedades espalhadas pelo mundo afora. Ser do mundo é estar nesse lugar chamado Terra. Nesse sentido todos nós somos mundanos, porém podemos ser não mundanistas. Essa é a diferença. Bom, vou parar por aqui, pois esse assunto é tema para um livro. Eu gosto de boa música, cerveja gelada, chamo meu amados de “chegados”, uso calça jeans azul e desbotada e não me considero um mundanista. Do mundo sim, mundanista às vezes, infelizmente (quando sou vencido pela pressão que me assola todos os dias). Porém, busco ser santo.

Aceitar a Jesus?

Muitas vezes nós ouvimos no decorrer da vida dentro dos ambientes religiosos essa expressão: "Aceite Jesus". Tenho certeza que você que lê esse texto já ouviu tal expressão ou talvez já tenha falado com alguém: “você precisa aceitar a Jesus como Senhor e Salvador pessoal”. Sem querer ser do contra ou coisa parecida essa expressão é totalmente errada e até uma heresia. Ninguém está em condição de "aceitar a Jesus". Ele é o Senhor dos senhores e Rei dos reis. Ele é a expressão exata do próprio Deus. Ele é Deus. Porque dele e por meio dele e para ele são todas as coisas. Ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste. Ele é o princípio e o fim. Ele é Mestre, a manifestação visível de Deus. Ele é o totalmente outro. Sei que muitas vezes, a expressão “aceite Jesus” não foi dita pensando nisso tudo. O que está por trás dessa expressão, quando dita, é que as pessoas precisam crer que Jesus morreu pelos pecados do homem e sua morte de cruz é a única forma de salvação. Contudo, essa expressão, sem percebermos, esvazia ou torna imensamente banal o Senhorio de Cristo e sua obra de redenção. Ninguém, em lugar algum, está em condição de decidir se aceita ou não Jesus. Ele não está numa exposição, como que sendo apreciado e compreendido, para ver se ele é “aceito pelo homem”. Muito menos, sua mensagem e verdade estão diante de uma banca examinadora de uma universidade qualquer, como que passando pelo crivo dos homens para ver se é digna de aprovação. Não, não, não. Muitos menos, sua Pessoa, está posta em evidência diante de milhares de milhares de seres humanos, para que tais seres decidam se acolhem ou não tanto sua Pessoa como sua mensagem. Isso não existe. Nós, seres humanos, é que somos aceitos por Ele. Jesus é quem nos chama, escolhe, salva, perdoa, redime e restaura. Ele é quem disse: “vinde a mim”. Ele é quem não nos lança fora. Afinal, é Ele e tão somente Ele que nos aceita. Portanto, precisamos corrigir a expressão “aceite Jesus” para “submeta-se ao Senhorio de Jesus e seu sacrifício redentivo”. Essa expressão sim está correta. Pois, na Pessoa de Jesus e na sua morte de cruz, está nossa redenção humana. Não aceitamos Jesus, mas submetemo-nos a quem Ele é e o que fez.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Acerte o que tenha que acerta logo

"Não se ponha o sol sobre a vossa ira". Essa foi uma palavra escrita acerca das reações internas que nossa alma deve evitar, caso contrário, ela poderá ser uma prisão satânica. É claro que devemos reagir contra toda injustiça, abuso, mentira, distorção, corrupção, etc. Não estou dizendo para vivermos complacentes e passivos diante da vida. Pelo contrário, quanto tudo aquilo que inflige mal à sociedade e seus indivíduos precisamos sempre agir com certa força e reação. Porém, não devemos azedar nossa alma em relação aos nossos convivas e mais próximos. Muitos não sabendo lidar com alguma fagulha que foi implantada na alma, vão para cama como que incendiando-se de ira. Isso não é bom. O caminho melhor e mais correto seria apagar tal centelha antes que ela vire um incêndio enorme. Exatamente esse é perigo que centenas e milhares de pessoas cometem: vão dormir irados. A ira por sua vez gera ódio, ressentimento e amargura. Portanto, minha dica, pensando que não é apenas uma dica, quando estiverem irados não alimentem o seu próprio rancor e não deixe que o sol se ponha com você ainda irado, pelo contrário, resolva o que tiver que ser resolvido logo.