
É verdade que temos diversos problemas a serem resolvidos e enfrentados durante nossa breve vida, não é mesmo? Mas, posso lhe dizer uma coisa: a maioria deles é apenas fruto de nossas idéias tumultuadas.
Como isso acontece? Vamos lá?
Na realidade temos alguns problemas reais: lidar com situações financeiras, criação de filhos, manter uma boa relação conjugal, ter que agir numa circunstância interpessoal, tratar de uma doença, a dor proveniente da morte de um ente querido, etc. Todos esses cenários são reais mesmo. Eles existem numa dimensão ou noutra invariavelmente. Porém, o que costumeiramente fazemos é criar uma onda de possíveis desdobramentos deles em outras realidades que nunca ou quase nunca chegam a acontecer. São problemas apenas imaginários, ou seja, no mundo de nossas idéias.
Isso acontece comigo e sei que acontece contigo também. Vou dar alguns exemplos. Posso ter hoje uma situação de inconstância financeira ou crise. Ela é real e desconfortante. Só que a partir dela desenhamos em nossa mente – nesse ponto nossas emoções e sentimentos trabalham intensamente contra – uma seqüência de outros problemas. Quais poderiam ser? Falência financeira, um futuro caótico, uma vergonha social, dependência dos outros, pressão extrema e assim por diante. Podemos também estar passando por uma crise familiar, seja na criação dos filhos,conjugal ou sentimental e novamente viajamos na mente, imaginando um quadro de desamparo, a ruína total do lar, de tropeço profissional de um filho ou filha ou a solidão. Noutra situação começamos a sentir algo de estranho no corpo. Uma dor por exemplo. Como não sei bem o que é e outros já sentiram a mesma dor e entraram num processo de enfermidade terrível, imaginamos o leito hospitalar, as dores e até a morte eminente. Finalmente, precisamos conversar algo importante com alguém. Dessa necessidade, imaginamos a reação do outro, as palavras, as possíveis desavenças, agressões, mal-estar e litígio. Na mente até chegamos a encerrar nossas relações e conversa. Porém, ainda nada aconteceu. Isso foi só uma nuvem cinza imaginária que processamos e nada mais.
E assim vamos criando nossos problemas irreais. Acabamos com nosso dia, brigamos com a vida, abaixamos a fronte, processamos desconexamente nossas emoções e até podemos entrar numa guerra pessoal e interpessoal. Tudo isso simplesmente por fixar determinados cenários possíveis de acontecer fruto de um acontecimento real. Mas, veja bem! Falei de ‘determinados cenários possíveis’ e não reais. Eles podem até acontecer, mas ainda não aconteceram e provavelmente nunca acontecerão. Eles são apenas desenhos mentais, imaginação pura, cenários fictícios. Isso acontece com todos nós.
Aqui fica minha sugestão: pare um pouco e faça um esforço para separar em sua mente aqueles problemas que são realidades daqueles são apenas tumultos da mente. É possível fazer esse exercício se ainda não entramos num quadro de paranóia. Pergunte a si mesmo: o que de fato está acontecendo e o que eu preciso fazer para resolver ou lidar com esse problema? O resto não passa de espalhamento ou desdobramentos imaginários. Não são problemas a serem enfrentados e sim exorcizados da mente. Eu constantemente faço esse exercício. Digo constantemente, pois comumente me pego crinado problemas que não existem e cenários que nunca aconteceram e possivelmente nunca acontecerão.
Um abraço
 
 
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