
Nessa sentença há duas colocações que exaltam o criador. A primeira expressa gratidão a tudo que procede Dele. A segunda afirma que Ele tem o domínio e o poder nas mãos. Ao ler essas duas expressões, elas seriam absolutamente preciosas e, de fato, revelam que o que temos vem Dele e que Ele tem o poder de estabelecer todas as coisas. Porém, o que me intriga é que essas expressões foram lidas em adesivos colocados em carros do ano nas ruas da cidade onde moro. Ah! junto a essas expressões lemos outras: “Deus é fiel”, “Foi Deus quem me Deus”, “Tudo posso naquele que me fortalece”, “Sou filho do Rei”, etc. Infelizmente, sempre associadas à posse de um carro novo, de preferência completo e não popular. Eh! Infelizmente essas frases não revelam um simples obrigado, ou consciência de que o criador tem todo domínio sobre a terra ou que Ele é fiel. Não. Revelam a base da crença “evangélica”, ou “católica”, ou sei lá de quem, que apenas estamos sendo alvo da bondade de Deus, caso o resultado se transforme em alcançar um “sonho de consumo”. Por que será que não vemos essas mesmas frases em carros velhos e bem usados? Por que não vemos essas frases em velórios? Por que nunca vi ou ouvi o testemunho de gratidão de alguém que paga aluguel todos os meses, porém diversas vezes já tive a desilusão de ouvir: “Essa casa própria foi Deus quem me Deus”. Pergunto: a casa de aluguel quem deu? O diabo? E o carro velho revela que Deus não é fiel? E a gratidão é apenas quando realizo um sonho de consumo e nunca apenas por respirar, ou até mesmo por deixar de respirar após ter recebido de presente a vida? A frase inicial que postei “quando Deus quer é assim” li essa semana num desses carros imensos, altos, cabine dupla e que ostenta muito poder. Será que o dono colocaria essa mesma frase no cenário da morte de um filho, mãe ou esposa? Creio que não. Pois, na mente de pessoas assim, apenas aquilo que vem de encontro à ganância humana seria um desejo insaciável e soberano de Deus. Afinal,filhos do rei não andam a pé, nem muito menos de carro velho. Andam de poderosos e cheirosos carros que mais simbolizam a triste sociedade das ilusões do que a manifestação graciosa de Deus. Eu digo sempre e espero continuar dizendo: “Deus é bom sempre”. Seja na vida ou na morte, na saúde ou na doença, andando a pé, de carro velho ou novo, morando num casebre ou numa mansão, sua bondade não é medida pelos dividendos, mas por Ele mesmo. Eu quero lhe dizer meu Deus – “Muito obrigado!”
 
 
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