sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Que valor você dá?

Olá!
Todos nós possuímos algo chamado juízo de valor. O que é isso? São idéias preconcebidas que impomos à realidade. No linguajar diário, os juízos de valor levam diferentes nomes — atitudes, convicções, tendências, valores, suposições, preconceitos, julgamentos, estereótipos. Deixe-me colocar de maneira mais clara. Já aconteceu contigo ao comprar um determinado bem (carro, moto, celular, tv) e logo após perceber que está rodeado de outros iguaizinhos ao seu. Pois é! Isto tem haver com o juízo de valor. Não é que tais bens não existissem com a quantidade que você está percebendo agora. A questão é que sua mente e sensação não estavam inclinadas a percebê-los. Já andou por uma determinada rua e se deparou com uma pessoa e na mesma semana viu tal pessoa várias outras vezes. É a mesma coisa. Sua mente guardou a fisionomia e os caracteres daquela pessoa e ai você passou a percebê-la com maior intensidade. Outra questão é quanto àquilo que sua mente é inclinada a perceber. Por exemplo: Veja essa foto de uma velha com a cabeça coberta, narigão, cabelos pretos, olhos baixos e uma espécie de cachecol.



Volte agora é veja uma mulher jovem, vestida elegantemente, fina e olhando para o lado. Percebeu como podemos se induzidos a ver determinadas coisas ou conceituá-las conforme a informação recebida.
Mas, o que estou querendo dizer aqui. É que em relação à fé, as pessoas e a vida, sempre fazemos nossas declarações e conceituações a partir de nosso juízo de valor. É provável que se uma pessoa ao ser apresentada a você após lhe disserem que ela é uma boa pessoa, você a veja como um boa pessoa. Se lhe disserem que ela é uma pessoa calculista e de caráter duvidoso, sua primeira imagem dela seja de uma pessoa tal como lhe comunicaram. É o que aconteceu, por exemplo, na história da fé. No decorrer da história cristã foram comunicando um ao outro uma imagem degenerada do Mestre Jesus e de nosso Deus. O que aconteceu? Nosso juízo de valor em vez de desenhar um Deus amoroso, configura um Deus calculista, arbitrário e rude. Isto aconteceu com Jesus. A imagem e a informação que passaram aos antigos homens era que o Cristo seria uma pessoa do poder, cheio de pompa, austero e de posição firme. Jesus chega ao mundo dos mortais sendo dócil, manso, humilde, andando entre pessoas simples, amando gente torta e sem recurso. Quase ninguém o reconheceu como o Deus encarnado. Sabe por quê? O juízo de valor que eles tinham era outro a respeito dele. Assim acontece também com a conceituação de espiritualidade. O que nos foi passado a dezenas de anos é que boa espiritualidade tem haver com oração intensa, presença ativa nos ambientes religiosos, abstenção de determinados prazeres, submissão plena às leis institucionais e domínio dogmático. Mas, pouco se fala de caráter, expressão de Jesus, imagem e semelhança do Criador em termos de procedimento e vida. Novamente aqui está o juízo de valor. Se me é colocado que ir a um encontro religioso é mais importante do que socorrer o próximo é provável que eu sempre prefira cumprir a norma religiosa em detrimento a amar ao próximo. Se condicionarem minha mente a conceituar Deus e sua glória a um local (templo – lugar de adoração e da presença de Deus) ou a alguma manifestação que advenha dele (cura, libertação, aquisição de bens, restauração familiar), apenas confirmarei a presença Dele e seu favor na medida em que eu estiver num determinado local ou que determinadas “bênçãos” (cura, prosperidade, etc.) estiverem presentes. É assim que o juízo de valor acontece. Por que muito amam as coisas e desprezam as pessoas. O juízo de valor que eles possuem é que coisas são mais importantes que pessoas. É assim que somos treinados (cuidado com isso, não deixe quebrar, guarde bem). E assim coisas se tornam mais importantes do que pessoas. Pergunte-se rapidinho:O que é mais importante: ganhar um bom salário ou viver de forma simples e menos preocupada? Não que ter um bom salário seja errado, a questão é qual juízo de valor estou dando a ele em relação à própria vida. Por que muitos dizem: o templo é o lugar da adoração. É porque o juízo de valor condicionou Deus ao templo. Ou seja, fora do templo Deus é pulverizado e torna-se comum. Só no templo que Ele é santo e nós temos que agir santamente. Fora dele, nem tanto. E assim por diante. Bom, muitas coisas poderiam ser ditas ainda. Mas, acho que você já entendeu o recado. Ninguém age fora de seu juízo de valor. O que estou querendo propor é que não necessariamente o que você esteja crendo, amando e vivendo seja a melhor leitura da vida. É apenas sua expressão a partir de seu juízo de valor. Outra questão é que precisamos estar aptos ou dispostos a rever nossos juízos de valor. Em relação à fé, creio que o juízo de valor que conferiram a Deus, a Jesus e ao seu Reino quase nada tem haver com o sentido primeiro deles. Em relação a vida...
Um abraço,
Paulinho – amado do Mestre

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