Tá difícil encontrar o evangelho...

Sinceramente, não tenho conseguido ouvir e nem ver os programas denominados evangélicos. É tanta besteira, manipulação e marketing (para não dizer mercado puro). Não vou falar nem da falta de conhecimento das Escrituras e de embasamento teológico. Nesse caso, de forma quase plena, todos precisariam sair do ar. Infelizmente, isso não vai mudar. Pelo contrário, a tendência é só piorar. Um dia desses, por acaso, coloquei num canal e lá estava um daqueles pregadores que possuem um contato com o mestre Jesus tipo banda larga. Ele ministrava no altar, chamava pessoas para serem abençoadas e enquanto isso expressava: “Como é Jesus, me fale mais claramente. Ah, agora sim estou entendendo melhor. Sim Jesus, estou compreendendo agora”. E o povo ia ao deliro. Deliro é a tônica de vários programas e cultos. Quanto mais grito, êxtase, cartase, manifestação corporal mais simboliza a presença e unção do Espírito Santo. E rodando os canais, dá vontade de vomitar. Dá náuseas e ânsia de vomito ouvir tanta expressão de santidade moralista, legalista e alienada. Outros apenas conseguem imaginar o evangelho em forma de dividendos. A soma é: pessoa + evangelho = prosperarás em tudo (pelo ao menos o pregador, sua família e ministério). Mas cadê a simplicidade do evangelho? Aquele que apenas chama ao arrependimento? Que enfatiza a pessoa de Jesus e seu reino sobre tudo e todos? Que proclama restauração, reconciliação, valores transformados e novidade de vida (novidade não em termos de status, mas de vida e moral)?. Não consigo ver isso. Mas, aqui está como alguns afirmam apenas um pobre coitado que não prosperou, nem alavancou o ministério pessoal. Pode ser. Contudo, prefiro simplesmente seguir Jesus e esse crucificado. Ele é meu mestre e amado. Quando leio as Escrituras e imagino os cenários, o Jesus Cristo que percebo ali, nada tem haver com os milhares de Jesuses pregados e ministrados por ai. Perai! quem está ai para isso que estou falando. O que importa é o Jesus pós-moderno, atualizado à imagem e semelhança da ganância humana, a soberba dos poderes eclesiásticos e ajustado ao mercado de consumo.