
Vivemos tempos difíceis. Por vários aspectos. Num mundo capitalista valemos mais pelo que possuímos. E não pelo quem somos. Correria, falta de bons valores, busca pelo prazer acima de tudo, etc. Tempo confuso, tempo vazio, tempo sem tempo. Uma das coisas que mais me inquieta é o tempo vivido pela fé cristã. São metamorfoses ruins. Não boas. Não há transformação à imagem do Cristo. Há mutação à imagem do ritmo anti-Deus. A criatura fez de deus um mero ser usado e abusado para satisfazer prazeres, ganância e arrogância. Não aguento isso. Tenho náuseas e estou a ponto de vomitar. Ah, antes de mim outra pessoa já teve e ainda tem tal ânsia: Jesus Cristo. Mas, quem se importa pelo Cristo da história. Afinal, cada um fez e faz seu próprio cristo e seu próprio deus à sua imagem e semelhança. Veja só o que escreve Eugene Peterson no seu livro "A maldição do Cristo genérico - a banalização de Jesus na espiritualidade atual":
Há um vasto mercado religioso dedicado a satisfazer as necessidades e fantasias de pessoas exatamente como nós. Temos congressos e encontros criados sob medida para nos dar o ânimo de que precisamos. Livros, vídeos e palestras prometem nos revelar o 'segredo' cristão daquilo que sentimos falta em nossa vida: segurança financeira, filhos bem-comportados, o peso ideal, sexo exótico, viagens a lugares sagrados, cultos empolgantes, mestres famosos. Esses bens e serviços são sempre promovidos por pessoas bonitas e sorridentes. É óbvio que elas não estão entediadas. Em pouco tempo, estamos na fila para comprar seja lá o que for. E, uma vez que nada que adquirimos corresponde às expectativas, pelo menos não por muito tempo, logo estamos à procura de outra coisa, e mais outra. Criamos um vício e nos tornamos consumidores de espiritualidades industrializadas. Isso é idolatria. Nunca pensamos no termo desse modo, uma vez que tudo o que compramos ou por que pagamos é definido pelo adjetivo 'cristão'. Mas não deixa de ser idolatria. Deus vendido como produto; Deus despersonalizado e disponibilizado como técnica ou programa. O mercado cristão de ídolos nunca esteve mais aquecido ou foi mais rentável do que hoje.
Quem o único Deus nos livre de tal idolatria e caminho. Quem tem ouvidos ouça.
 
 
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